quinta-feira, dezembro 27, 2007

Eduarda

Em teu ventre repousas
Ora quieta
Ora afoita
Um pedacinho
Dele e de ti

Como se fosse minha
sinto tua felicidade plena
e como ti, anseio o dia
que enfim desabrocharás serena
e nos tornará sorrir.

A esse tal de amor

Nosso enredo começa assim
Do fim para o recomeço
Como numa narrativa
não-linear de Lynch
Como um romance clichê
de final sempre feliz
Como nada que já sonhei
Mas como tudo que sempre quis

Uns diriam:
Escolhidos do destino;
outros, alvos da doce ilusão.
Decerto, daria um livro
Entre os mais vendidos
de não-ficção!

Mas peço a esse tal de amor que o escreva
com as folhas caídas
de cada ano em que o nós não existia
Lhe suplico que escreva a mais bela história a cada dia
Mas que o faça sentado.
No chão.

E que a última palavra lida
Seja escrita
Por nós, a uma só mão.

A falta

Não é a lágrima o que me aflige.
É sua ausência.

Sinto-te aqui dentro
No caminho mais curto
entre os olhos e o coração.

Sinto-te tão profundamente
Que imploro!
Expulsa em ti
o que não choro
e me faça entender
o porquê.

Temor

Meu medo era esse
Que em mim o querer-te
fosse demais
para ti

Temia amar-te
como agora amo
Temia não sentir
que o amor que só a ti proclamo
És teu também.

Ânsia de mim

Sinto que nunca vai partir
Um palpitar incessante
transforma-se em falta
De nada. De ar.

Uma vontade de sair
Desesperadamente
De mim.
Habitar outra alma
De sentir uma calma
De fugir dessa ânsia
De mim.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Osso duro de roer

Desde "o melhor filme nacional de todos os tempos" até "fascista", os rótulos dados a "Tropa de Elite" são tão ou mais polêmicos que o próprio filme. Uma outra polêmica precedeu a de seu enredo - estima-se que "Tropa" tenha sido assistido por mais de 11 milhões de pessoas antes de seu début nas grandes telas. O diretor José Padilha antevia a controvérsia que sua trama poderia causar, mas não poderia prever que seu filme "vazaria" antes de sua estréia, e muito menos que se tornaria um fenômeno de pirataria, fomentando ainda mais o amplo debate sobre essa indústria e sobre o direito à propriedade intelectual.
O ponto que pretendo abordar, no entanto, passa ao largo dessa discussão, reconhecida aqui sua relevância. O tema a que me refiro diz repeito às diferentes reações causadas pelo filme. Em artigo de seu blog, sob o título "'Tropa de Elite é fascista?" (http://oglobo.globo.com/blogs/arnaldo/default.asp?periodo=&palavra=tropa+de+elite), Arnaldo Bloch deu origem a mais essa polêmica, o que gerou respostas até mesmo por parte de Wagner Moura (que vive o herói-protagonista capitão Nascimento), em artigo ao "O globo" (http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/09/24/297856410.asp).
A questão que mais me aflige é justamente ver que o capitão Nascimento se tornou um herói nacional, fazendo as vezes de um Robin Hood do século XXI - condena os "riquinhos maconheiros", estudantes de uma universidade da Zona Sul, e defende os oprimidos, personificados na figura do aspirante Matias, que convive com os dois mundos - o da favela, de sua origem pobre, e o da burguesia, da faculdade onde estuda. Não que esta não seja parte da realidade. De fato o é. O problema é que ela não é tão simplista assim.
O intuito primeiro do filme não foi provocar tais generalizações e muito menos ser reacionário. Nesse âmbito, concordo com Wagner Moura, pois também não creio que o filme seja fascista, mas faço coro com Arnaldo Bloch com relação à reação do público. Se ele quase vomitou seu pastel de cordeiro, a mim falta apetite ao ver que um filme que inaugura um diferente modo de narrativa, expressa pelo ponto de vista da polícia, seja resumido a máximas como "o usuário é o principal culpado pelo tráfico" ou "estudante de faculdade particular da zona sul é burguês". Causa-me espanto ver que, infelizmente, é essa a "mensagem" que para muitos o filme passa. Mas causa-me mais surpresa ainda constatar que "Tropa" tornou-se um instrumento de afirmação da virilidade masculina - impossível dizer quantas vezes já ouvi "faca na caveira", "tira essa roupa preta porque você é moleque", dentre muitas outras das várias frases marcantes do filme. Se estas frases promovessem um debate sobre a violência no Rio, suscitassem questões relativas ao tráfico de drogas, sobre seu uso, ou até mesmo sobre sua legalização, enfim, se gerassem uma inquietação, um sentimento de revolta e indignação que o filme procura instigar no espectador (ao menos nos conscientes), não me importaria em ouvi-las como um mantra. A realidade, porém, é que "aspira" (que se tornou sinônimo de fraco, inexperiente, novato, em meio à ala masculina) é parte do povo brasileiro, que ao assistir a um filme de tamanha qualidade como "Tropa de elite", capaz de gerar uma reação efetiva contra a situação atual da nossa cidade, ao invés de idéias, só consegue propagar as palavras proferidas aos berros pelo capitão de uma nação falida. Plagiando a música-tema do filme - isso sim, é um osso duro de roer.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Premonições


Do latim, praemonitione: sensação que anuncia um fato; situação ou fato tomado como um aviso; pressentimento; presságio. Acabei de assistir a um filme estrelado por Sandra Bullock, cujo título é justamente esse - "Premonições" - o que me levou a pensar um pouco mais sobre o assunto.
Desde do início da civilização existem relatos desse fenômeno, mas a ciência sempre tratou a questão com descrédito, com exceção de Einstein, que profetizou que:"a separação entre o passado, o presente e o futuro equivale a uma mera ilusão".
Se algum dia esse fenômeno, ou dom, como alguns preferem classificá-lo, se tornará uma verdade científica, é impossível dizer. No entanto, acredito que todos nós já tenhamos passado por alguma experiência parecida. No meu caso, bem mais de uma.
A intenção ao começar a escrever este texto, porém, não foi compartilhá-las, porque respeito a opinião de quem nem ao menos considera a possibilidade da existência de algo assim. O propósito era falar de algo maior - a mensagem que eu acredito que o filme passa.
Em um dado momento, a personagem principal, Annie, vivida por Sandra Bullock, recorre a um padre para falar de suas aflições. Ele lhe diz uma frase que me marcou muito: "quem não tem fé abre portas para que forças superiores a nós controlem nossa vida". Não sou católica nem espírita, mas acredito em Deus, e acredito também que independente de qualquer religião, nunca devemos parar de crer - no que quer que seja.
A personagem afirma que "não sabe pelo o que lutar" - aliás, fizeram uma tradução errada: "I don´t know what to fight for" ficou "eu não tenho pelo que lutar", o que faz uma grande diferença. Erros de tradução à parte, a narrativa não-linear do filme nos faz refletir não só sobre a possibilidade real do dom da premonição, mas também sobre o tempo, mecanismo criado por nós para tentar medir o infinito vazio que temos, para talvez nos conformamos com o fato irrefutável de que passamos os dias sem saber quando, onde e por que razão ele acabará.
Se alguém com esse dom pudesse prolongar nossa estada aqui, no tempo humano que inventamos, seria maravilhoso. Mas creio que o filme remete a algo mais profundo. Nos mostra que nosso tempo é vazio. Cabe a nós preenchê-lo. Podemos escrever nossa história, letra por letra, página por página, da melhor maneira possível. Ou podemos simplesmente não ligar, e deixar que a escrevam por nós. A maior recompensa dessa narrativa de final desconhecido é justamente essa: saber que cada palavra escrita foi bem escrita, porque ela pode ser também a última.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Maneirismos de Mainardi

Pedi à minha querida mami para comprar a Playboy da Mônica Veloso. Já na capa, me deparo com a legenda - "A mulher que abalou a república". Hum... Será que “A mulher que despiu o Senado - SEM NADA", não seria mais transparente? Trocadilhos e infâmias à parte, vou logo esclarecendo aos engraçadinhos de plantão (meus dois? rs leitores assíduos): não, eu não tenho tendências homossexuais - mas nada contra, diga-se de passagem. Queria mesmo era ler a entrevista de um desafeto meu - Diogo Mainardi. Não me arrependi. Diogo é a personificação de tudo aquilo que mais abomino: um projeto de jornalista cujo plano é justamente projetar-se na mídia, às custas dos outros.
Meu primeiro contato com o polêmico "debatedor cultural" aconteceu na faculdade de Jornalismo. O melhor professor que eu já tive na vida, Ricardo Oiticica (que faz jus ao sobrenome famoso), me deu a honra de ser sua aluna na disciplina "Cultura Brasileira". Debatemos o texto de Antônio Cândido, "A dialética da malandragem", relacionando-o com "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Joaquim de Almeida, até chegarmos ao carnaval, através de uma análise comparativa entre os textos do antropólogo Roberto da Matta "Carnavais, Malandros e Heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro" e o do jornalista em questão: "Carnaval é só Carnaval".
Mainardi tem uma posição extremamente radical no que diz respeito à nossa identidade cultural. "O carnaval não representa nada, não representa a alma do brasileiro, não representa o que somos, é somente o carnaval". E vai além. Diz que o futebol é apenas um esporte. Até que desenvolvia bem seu ponto de vista, quando de repente cai em contradição: afirma categoricamente que o esporte mais amado de nosso país nada significa, que não admite que ele seja usado como metáfora da identidade nacional, mas que é capaz de desencadear uma guerra civil. Pois não é que outro dia mesmo, uma começou em Angola só porque a Paris Hilton, em uma visitinha rápida ao país, se negou a dar autógrafos? Faça-me o favor, Mainardi!
Bom, voltemos a mais aguardada entrevista já concedida à revista masculina de maior circulação do país. Mainardi é uma alegoria de si mesmo - repete tantas vezes que não quer aparecer na mídia, que nunca teve a intenção de aparecer, que um dia vai acabar acreditando. Periga ir pro BBB só pra mostrar "seu diferencial". Nascido inicialmente como romancista, segundo o próprio, construiu uma defesa contra qualquer expectiva de sucesso. Obviamente, encontrou no ataque o caminho para ele. De Lula, seu opositor mais célebre, a Chico Buarque, o discurso do peculiar jornalista sempre envereda para o caminho da polêmica. Considera-se um homem de opinões pouco convencionais, devido à sua formação intelectual diversa, e ao ser indagado sobre sua "fúria", afirma que este pretenso ódio não passa de deboche. Deboche é afirmar que Chico Buarque fala besteiras rotineiramente, que como letrista é um engodo. E logo a palavra engodo, que em uma de suas acepções significa coisa com que se engoda ou seduz alguém, adulação astuciosa... Qualquer semelhança com Diogo é mera coincidência...
Não fuma, não bebe, não dança - se julga extremamente tedioso - por isso relutava em conceder a entrevista há mais de um ano. Uma pessoa "chocha", como se autodenomina. Nem aparelho de som tem em casa. Afirma que progressivamente foi se afastando da música. Hoje, já não ouve nada. Sem dúvida, fez o mesmo com o bom senso.
Como já dizia o mestre Caymmi, quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Imagina quem nem de música gosta.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Momento





















Já fui tão só
Que nem mais a solidão
A mim queria

Já fui tão triste
Que espantei até
A alegria

Já fui tão minha
tão plenamente minha
Que agora posso ser tua
É chegado o dia.


Primavera

Em tudo que é belo há uma parcela de culpa.
Eu não sou diferente.
Me escrevem versos, me fazem canções, anseiam por minha chegada.
Sou, sem dúvida, a mais esperada.

Certamente, alguns dirão:
Que nada!
É o velho astro-rei
quem nos dá a alvorada

Decerto retrucarei:
Tua alegria é passageira,
mas vejam o que lhes trago:
sou primeira e derradeira
Tanto começo,
como bem acabo.

Sou assim a preferida, mas cansei de meu reinado.

Se o cair das folhas
não lhes é nenhum agrado
Se o véu frio da noite
já ficou para o romance
ultrapassado

Sinto Muito! Bem alto brado!

Que saltem em outra estação!
Declaro a partir de hoje
Meu florescer
Aposentado!



quarta-feira, outubro 03, 2007

Dívida de gratidão

Agradeço ao instante.
à folha caída
à página virada,
mesmo que não lida.

Agradeço ao passado
ao riso contido
ao pranto calado
ao verso esquecido

Agradeço ao acaso
ao sutil enveredar do destino
agradeço à ignorância
do futuro
Agradeço a cada dia
que passo
o afã de viver sem saber.
Agradeço a ti
por em mim reviver
a vontade de querer
Assim, sem querer.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Ao amanhã

Sigo em frente.

Mesmo que matem o sonho
Mesmo que a dor seja pungente
Mesmo com a alma em pedaços.

Sigo em frente.

Mesmo que mais nada saiba
Mesmo que não mais pense

Mesmo que o amanhã
bata à porta
Da mente.

Sigo em frente.

Toque de renascer

Acorda agora
Que a vida diz
que já é hora
de morrer um pouco
a esperança

Me torno assim

abelha-rainha
Revivo em mim
a parte que então morria.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Libertar-se de amar

Me peço perdão por amar-te tanto assim
Me peço perdão pelo mal que já me fiz
Me exconjuro por esquecer até de mim

Amar-te me fez ser minha
Me fez ser uma em muitas só
Perder-te me fez ser tua
Mas minha lágrima mais pura
não vale teu riso sem dó

Me liberto por inteira
não sou mais tua fronteira
não sou teu sim
nem o teu não
nem tua pegada
tua prece
sou tudo aquilo que não mereces
mas que nunca saberás.

terça-feira, setembro 04, 2007

Àquela refletida


























Ontem mesmo perguntava
à menina do reflexo

Hoje mesmo respondia
à mulher que não conheço

Já não me espelho mais em ti

Que fizeste com meus dias, minha esperança, minha alegria?

Meu olhar fruta madura,
Meu sorriso sem querer?

Que agora ri sem compostura
Só pra não deixar de ser

Para onde levaste o sonho,
que só teima em não deitar?
Por favor acenda a luz! Está noite pra sonhar!

E traga de volta aquela
Que sem dó
e sem espera
Me levou de mim.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Teu voar



Vai, abre teus os braços e acolhe a dor

Voa, e mente o pranto que te fez pousar

Rasga o céu com teu bailar

que o dia volta, que a luz se acende

Que não há mais nada

E o que hoje sentes

Há de cessar

Dança, o mais belo bater

de asas que já se viu

Que a mágoa espanta

E por fim se cansa

De descolorir teu voar.

quinta-feira, julho 26, 2007

Por mim mesma

Não sei desenhar. Não vejo novela. Não sei quem é a atriz do momento. Como a nêga, nunca fui à Bahia não. Nem quero ir. Não gosto de mate. Não faço pilates. Nem ioga. Odeio Paulo Coelho. Abomino Jabour e Mainardi.
Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto.
Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar.
Queria ter mais amigos
verdadeiros
Queria ter menos amores
vãos.
Queria ter poderes mágicos.
De parar o tempo. De fazer voltar as horas.
Queria ter mais vidas
Pra caber tudo
Que eu queria ser.

quarta-feira, julho 25, 2007

O que nosso Brasil vai ser quando crescer?

Queria ser artista, ser musa
Ser capa de revista!
Seu sonho era aparecer na TV
Podia ser novela, minissérie, ou até BBB

Queria ser gente
Cidadão, na carteira
de identidade
Seu sonho era ter o que comer
Mas apareceu na TV
Mais uma estatística
Do jornal diário
Que transmite ao vivo
e em cores
Um Brasil onde ser é poder.

Doce ilusão

Dizem que meu verso é triste
que vivo em sua solidão
Mal sabem que o deixo impresso na folha,
em letras miúdas
E fica em branco
O meu coração.

Você

Sonho, e penso
Choro e durmo
Rio e vivo
Só pra você

Ah que alegria!
Se um dia soubesse
onde está você

Minha alma serenaria
Se pudesse dizer
Que olho o mundo
Só por você

A verdade é que ninguém é como você
A certeza é que ninguém nunca vai ser
Espero então com a calma de quem ama
O dia em que Deus
Me permitirá enfim lhe conhecer.

quinta-feira, julho 19, 2007

Retrô-cesso

A moda agora é ser retrô
Comprar um fusca 70, usar vintage
Brechó e maiô

A moda é ter uma Prada
Mas também ser ecologicamente correto
Só compre as de material reciclado
Do papelâo que cobre as noites dos sem-teto

A moda é ser otimista
e aceitar tudo de bom grado
Afinal, o que é uma guerrinha lá no Oriente Médio
Quando subiu absurdamente o preço do importado?

A moda agora é ser chique
Mas sem querer ser
Pois classe é algo natural
Um estado de espírito quase zen
É posar de pseudo-intelectual
Mesmo que não passes de um joão-niguém.

À criança que nunca conheci

Queria poder te dizer
tudo que vi.
Quem dera pudesse transpor num olhar
tudo que senti.

A estranheza calma
do desconhecido
A urgência sutil
de cada manhâ

Queria poder estar
Pra lhe falar da esperança
Da angústia, do medo
Ver seu primeiro sorriso,
seu espanto, seu pranto
descansar-te em meu seio

Quem dera pudesse trazer de volta
o instante
Que o tempo cruel me levou
Imploraria pra que se compadecesse
e parasse o mundo por um segundo.
Antes do despertar da minha dor.

quarta-feira, julho 18, 2007

O Não-saber


Sempre quis saber o porquê.

Sempre quis tentar entender.

Hoje o porquê já não interessa mais.

Perdeu sua razão razão de ser.

Deu lugar ao não-querer, não-ligar, ao não-saber.


A dúvida inquieta.

A ignorância conforta.

Dá à alma uma plenitude serena

Que só os alheios têm

Construo meu mundo sem saber, sem ligar,

Assim, sem querer.


Palavras levadas ao vento,

Perdem as letras, os acentos,

A pontuação.

Uma ou duas exclamações ainda teimam em pairar no ar

Expulsas pelo ponto final,

retomam enfim seu derradeiro bailar.


domingo, julho 15, 2007

Não quero

Não quero o fantasma,
Quero o medo

Não quero a mágoa,
quero a dor

Não quero o fogo,
e sim seu ardor

Não quero dizer,
nem quero calar

Não quero partir,
mas já não posso ficar

Não quero saber
Não quero, querer.

Duas Facetas

Desconfie da verdade traiçoeira
Somente a ilusão conforta
Com sua terna e vil faceta

E quando lhe baterem à porta
Espante-as sem dó
A verdade da ilusão é ser um,
Mas sendo dois num só.

terça-feira, julho 03, 2007

Receita do falso amor

O falso amor surge como que por encanto
Adicione uma pitada de hiprocisia
Sinceridade - separe num canto.

Misture-o bem para não desandar
O ponto do falso amor é algo duro de se achar

Leve a fogo baixo, porque ele é fácil de se queimar!
Ou, melhor ainda, coloque-o em banho-maria
Se você não quiser arriscar

Compre uma bonita forma, enfeite-a com o mais belo ornamento
Corte-o em fatias pequenas, para que seu fim seja mais lento
Mas saboreie-o com grandes garfadas, para mostrar o prazer
Que só o falso amor proporciona, àqueles que o fazem por merecer.

quarta-feira, junho 20, 2007

Perder-se

Perco em mim a razão.
Palavras soltas ao vento,
versos gastos em vão.

Perco em mim o pudor.
Coração insano, mãos trêmulas
Não mais sei quem sou.

Perco em mim o tempo.
Em ti infinito, moro sem lar.
Acho-me então labirinto
Perdido eternamente na promessa do teu olhar.

sábado, maio 26, 2007

Poema Silenciado




O que cada verso fala



Eu calo





Dos olhos,


cai-me a alma





Da boca,


cerra-se a mágoa





Vertigem vã,


Devaneio insano





Cada fala que verso,


De mim apago.

sábado, maio 19, 2007

Reinventando-me

Nasço todo dia na minha solidão.

De manhã durmo fogo,
ferida aberta.
À noite levanto ilusão,
paixão desperta.

O que resta de mim
Eu morro

O que vive em mim
Não me resta

Não mais...

terça-feira, maio 15, 2007

Ontem foi Dia das Mães... Sei que é pouco pra demostrar meu amor por ela... Como disse, agradeço a Deus todo dia por ter escolhido você pra mim...

Amor de mãe

Quando nada mais resta.
Quando sorrir me parece um enorme esforço.
Quando o mundo parece ser meu.
Quando a alegria estampa meu rosto.

Nos dias chuvosos, nas noites estreladas.
Na hora do colo, na hora da risada.
Em teu seio descanso, faço de ti minha morada.

Teu toque conforta, teu carinho me acalma.
Teu simples olhar desvenda minh’ alma
Em ti encontro alento, paz.
Teu amor faz um bem, um bem que só você me faz.

segunda-feira, março 26, 2007

Divagando, em plena luz do dia...

Almocei sozinha hoje, pela segunda vez na semana. Sempre tive um sentimento contraditório em relação à solidão. Odeio estar só, mas é só quando estou sozinha que me encontro. Por isso, às vezes, lhe sou grata. E hoje foi um desses dias.
Em meio a um burburinho incessante, comum ao maior shopping da América Latina no horário do almoço, entre estômagos famintos, entre passos apressados, deparei-me com o silêncio. Pedi licença para sentar-me a seu lado, e ela assentiu numa voz suave e, cabisbaixa, se desculpou. "Desculpa" - disse.
Lia, compenetradíssima, um livro de papel reciclado. Indiferente a tudo. Presa em seu mundo. Despertou momentaneamente ao sorrir de uma criança, e devolveu-lhe o sorriso. Em minha torpe imaginação, chamei-lhe Carina. Carina era a típica menina tímida da escola, longe de ser popular. Será que Carina se importava? Será que queria ter nascido bela? Reconheci parte de mim em Carina. Parte de mim perdida no tempo, na adolescência de sonhos falsamente realizáveis e de dores inacabáveis. Desejei ser Carina. Despercebida, em paz com ela mesma.
A palavra desculpa ecoava ainda em minha mente. Por que teria me pedido desculpas? Por estar ali, ocupando um espaço que supostamente não deveria ser dela? Por não pertencer àquele lugar? Definitivamente, não era Carina, e sim o lugar que não lhe pertencia. Ignorante a isso, Carina lia. E pedia desculpas, por existir.

sexta-feira, março 23, 2007

Alheio a nós....

















Não deu na TV. Muito menos no rádio. Nem uma nota, de pé de página, no jornal. O mundo alheio a mim, alheio a nós, alheio ao amor. Não deu. Mas acabou. Assim como o dia, com sua vigorosa manhã, se deixa invadir da noite. Assim como a lua, misteriosa e bela, se deixa cobrir de sol. Desmanchou-se em pingos de chuva. Esvaiu-se em gotas, de orvalho. Esvaiu-se ao soprar da brisa do mar. Pequeninos grãos, numa dança circular, ainda bailam ao vento...em vão tentam permanecer unidos, mas por fim também esvaiem-se. Tudo que é belo tem seu fim... Esvaio-me então...pra dentro de mim.

quarta-feira, março 21, 2007

Quando tento te encontrar...























Absorta em meus pensamentos. Um vazio.
Uma falta sentida, mas não tangível.
Tento lembrar. Esqueço. Lembrei-me de sempre esquecer.
Mecanismo questionável, mas muito eficiente.
Lembrar é recordar, e recordar, pra mim, não é viver.
Quanto mais tento entender, mais me confundo.
Quanto mais tento recordar, mais me esqueço.
Quando mais tento te encontrar, mais me perco...

quinta-feira, março 08, 2007

Feliz Dia Internacional das Mulheres para todas nós!!!!!!!!!!


Nenhum texto que eu escrevesse chegaria aos pés de qualquer palavra dele... Então em nossa homenagem... Vinicius...
Poemas para todas as mulheres

Vinicius de Moraes
No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me
o cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!

segunda-feira, março 05, 2007

Incertezas...

Pular de pára-quedas. Escalar uma montanha. Competir uma corrida de Fórmula 1. Fazer snowboard. Fazer um vôo livre. A liberdade nunca foi para mim o que é para a maioria. Muitos precisam de adrenalina para se sentirem vivos, eu preciso de segurança. Sou uma medrosa confessa, avessa a esportes radicais, principalmente os que envolvem altura - tenho pavor. Aventura pra mim é tomar chuva de biquini, no máximo. Nem montanha-russa encaro, a única vez que fui foi suficiente. Talvez Freud explique, mas por isso sempre fui uma pessoa que precisou se sentir segura. Em relação ao trabalho, à família, aos amigos. O problema é que esta segurança é completamente irreal. Ela existe somente na superfície - a vida se faz de incertezas. O beijo corriqueiro de "até mais" de todos os dias pode ser o último beijo. O do adeus. Desculpem-me se posso estar parecendo melancólica ou algo do gênero, mas acontecimentos recentes, com amigos próximos, me levaram a confrontar uma verdade que eu já conhecia, mas que tinha medo de admitir: nada é para sempre. O nosso certo de hoje pode ser a incerteza de amanhã. É preciso ser feliz, pois, no presente. Seu sonho é pular de pára-quedas? Pule hoje. Beijar aquela pessoa que você acha que nem olha pra você? Tente hoje. Realizar um sonho que para os outros é bobagem? Comece a concretizá-lo hoje. O amanhã é feito de incertezas, mas podemos realizar nossas meias certezas no hoje.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Ausência...


Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Lembrei-me desse poema de Carlos Drummond de Andrade logo que pensei em postar algo sobre a minha amiga Dani, por ele falar de ausência. Depois de três períodos estudando juntas, ela vai estudar no turno da noite. Pode parecer banal para os outros eu lamentar essa "pequena" mudança em nossas vidas, já que uma verdadeira amizade não se prova na quantidade de tempo que se passa junto... Mas sua ausência vai, contrariando Drummond (como ouso eu? rs), me fazer muita falta. Nossas farras, nossas conversas, nossos mútuos aconselhamentos (apesar de ela dizer que sou a irmã mais velha rs), tudo que passamos juntas foi muito bom... Acredito mesmo que Deus coloca as pessoas certas no nosso caminho para que possamos ver que sempre vale a pena ter esperança, pois essas pessoas especiais fazem as horas difíceis se tornarem cada vez mais brandas, até irem se esvaindo... Agradeço mesmo do fundo do coração não só pela sua amizade, mas pela amizade de todas as meninas _ Tatá, Isa e Marcinha. Sei que ninguém muda de uma hora pra outra, mas tenho certeza que vocês foram responsáveis por eu tentar ser o meu melhor.... e isso não vou esquecer jamais...

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Tom Jobim... o maior de todos...

Não sei se fico revoltada com a Rede Globo, por não ter divulgado o especial do Tom Jobim da mesma maneira que divulga que toda terça é dia de eliminação no Big Brother, ou comigo mesma, por não ter me infomado mais. Peguei o programa já quase no final, mas a tempo de ver que a apresentadora poderia de fato ser designada assim, pois tratava-se de Camila Pitanga, e não da pseudo-atriz-mulher de diretor Fernanda Lima. Não, homens que sempre acham que temos problemas com mulheres lindas, não é isso... Aliás, a acho lindíssima, uma das modelos mais bonitas, só que modelo.. e só.. Porque ter tido que aturá-la apresentando o especial da Elis foi um esforço sobrenatural, pois via-se que sua função ali era desfilar a cada quadro diferente um novo modelito, que podia ou não combinar com o texto, mero coadjuvante... O mais irônico é que quando perguntada se possuía algum benefício por ser mulher do diretor, a beldade foi lacônica: "Ainda tenho muito a aprender, mas estou me esforçando.. " Bom, sem julgar de que maneira ela está se esforçando, com certeza esse esforço está sendo recompensador... pra ela.. porque pra nós, pobres telespectadores, assisti-la falando de Elis foi comparável a ver Cléo Pires ganhando um troféu de melhor artiz no lugar de Fernanda Montenegro... Louvada seja Camila Pitanga, que ganhou além da beleza, um grande talento..
Continuando a falar sobre o especial, o pouco que assiti fez com que me emocionasse...ver Sting cantando Tom foi maravilhoso... Lembro-me até hoje que fui eu quem deu a notícia da morte do nosso poeta ao meu pai, pelo telefone, em 1994. Tinha quatorze anos e só me lembro de ter ficado triste assim antes na morte de Gonzaguinha, a quem tive a felicidade de conhecer, apesar de ter por volta de uns onze anos somente (não me recordo a idade ao certo). O Tom eu vi apenas uma vez, em Copacabana, num almoço com meus pais, e hoje minha maior frustração é não ter assistido a um show dele. Lembro também que meu pai ficou muito abalado com a notícia, e que me arrependi de ter sido a porta-voz da mesma, ainda mais da maneira que foi...
Meu único consolo foi ter ido ao show que foi realizado no Claro Hall em homenagem a ele, que se transformou em DVD. Às vezes fico tentando escolher uma música preferida, mas fazer isso com as obras de Tom é quase impossível... O nome do meu blog já demonstra o quanto gosto de suas canções... No entanto, uma que me marcou muito foi Luiza... (tanto que penso em dar esse nome à minha filha) e posto aqui a letra... Posto também, logo em seguida, o poema de Drummond que Tom leu no especial...



Luiza

Composição: Antônio Carlos Jobim

Rua, Espada nua
Bóia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza

Poema da necessidade
Carlos Drummond de Andrade

É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.

O especial "Tom Jobim: Eu sei que Vou te amar" prestou uma homenagem aos oitenta anos que o poeta estaria completando se ainda estivesse entre nós. Mas como disse Camila Pitanga, ao final do programa, parafraseando Guimarães Rosa: "Tom não morreu, tornou a se encantar".

E continuará nos encantando por muito tempo...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Some poetry...

Seguindo a moda de fotos que
combinam com o post, resolvi
postar essa, bem sarcástica,
pra combinar com duas das quatro
poesias que vou postar aqui,
que aliás fiz no mesmo dia.
Exatamente um mês antes de
um evento marcante na minha
vida...sim, eu tenho um dom
premonitório rs. Ah, a última
descreve vários incidentes,
a odeio porque nunca ninguém
percebe o sentido que eu quis
dar, e não é esse o objetivo
principal da poesia? Bom, é ruim
então, se não alcançou o objetivo
que eu almejava, mas vou
postar aqui pra ver se alguém
descobre (dica: um dos "inci-
dentes" é o Tsunami).
Sem Título (provisoriamente rs)

Na escuridão de teus olhos
Na imensidão do teu céu
Mergulho sem pensar
O profundo silêncio se rompe
Com a intensidade do teu olhar

Gotas de chuva caem de meus olhos
E seu incessante arfar
Fundem-se numa união perfeita
Teu céu enfim
Desagüa no meu mar.




Despair

So naive was I to believe you
So desperate was the night
To deceive us

The smile too soon faded away
And so did the brightness of the day.



Aftermath

I have set myself free
You no longer own me

Once you were my love
Now you can’t even hold me

May sorrow be your company
I truly hope you have no rest
For now despair
Has become your only guest.




Indiferença / A Nova Era

Eu sonhei que a imensidão azul se enfurecia
E a tudo consumia

Eu sonhei que o vento soprava tanto
Que fez perder o som o sax

Eu sonhei que rajadas de luz cortavam o céu sagrado
Numa guerra com as estrelas

Eu sonhei que um clarão de luz fez parar a egrenagem
Do grande relógio, do tempo

Acordei assustada do meu sonho.
Fechei os olhos
E desliguei a TV.


terça-feira, janeiro 16, 2007

Pensativa....

















Postei esta foto pra combinar com meu estado atual... bem pensativa... Estou de férias há seis meses do trabalho, já não agüento mais!! Bom, depois de sair demais, acho que sosseguei um pouco, estou mais em casa, então estou aproveitando este tempo livre, que eventualmente acabará, para assistir a muitos filmes (antes que algum desavisado venha falar algo é assitir a mesmo o certo rs). Alguns no Telecine mesmo, outros em dvd. Sempre fui apreciadora da Sétima Arte, mas havia tempo que não ia ao cinema. O último filme que havia visto nas telonas era "O Código da Vinci". Minha volta ao cinema foi, no entanto, recompensadora, com "O Ilusionista". Um filme que se passa em Viena, e cuja trama inclui um romance proibido entre o famoso ilusionista Eisenheim (Edward Norton) e a futura princesa Sophie (Jessica Biel). Um final surpreendente, mas que minha mãe, cinéfila, adivinharia facilmente... então surpreendente para os não-aficcionados por cinema rs. Bom, depois desse assisti em dvd "A casa do lago", um romance com Keanu Reeves e Sandra Bullock. Um filme cujo tema principal é o amor além do tempo, e que faz, na minha opinião, uma metáfora ao citar o livro "Persuasion", de Jane Austen (autora do livro que eu amo, Pride and Prejudice), onde os amantes não podem viver o seu amor por diversas razões, e vêm a se reencontrar anos depois, mas aí já é tarde demais, o "momento" deles parece que passou. As personagens centrais de "A casa do lago" vivem exatamente isso, em "tempos diferentes" - ela em 2006 e ele em 2004. É muito comum vermos o tema "amor após a morte", como em "Ghost", mas este filme usa, sem ser piegas, o tempo como elemento central, para levantar questões sobre a relação entre esse tempo (seja ele real ou metafórico) e o amor, que pode tanto unir quanto separar as pessoas.
Mudando completamente de gênero, recomendo "Posseidon". É uma refilmagem de "O Destino do Poseidon" (que aliás nunca vi rs), clássico de 1972. O filme é sobre um transatlântico de nome homônimo que é atingido em plena noite de Ano Novo. Consegue prender bastante, há muita tensão, e há um romance, como em "Titanic", mas ele não é o elemento central. Nossa, fiquei extremamente nervosa vendo esse filme, em parte porque meu paizinho querido, engenheiro civil especializado em hidráulica marítima, sempre me alertou em relação ao mar, então criei um pequeno, digamos assim, trauma (desculpa paizinho, mas é verdade - o que pra ele é péssimo, já que tenho medo de andar de lancha com ele e de velejar também haha). Bom, voltando ao filme, apesar de um pouco mentiroso, como todo bom filme de ação, achei uma excelente pedida dentro do gênero.
Logo em seguida assiti a "Xeque-mate" (em inglês Lucky Number Slevin), um filme policial com Bruce Willis, Morgan Freeman, Josh Hannet (um dos novos queridinhos de Hollywood e das atrizes hollywodianas também rs). Não vou fazer aqui uma breve sinopse do filme porque ele tem uma trama tão intricada que é daqueles filmes que é melhor nem ler a sinopse, e sim assistir logo. Ao contrário de "O Ilusionista", onde eu não previ o final de maneira nenhuma, esse eu consegui adivinhar, mas mesmo assim achei um dos melhores filmes policias que já vi.
Para terminar com muito bom humor, o filme que me arrancou gargalhadas e me fez chorar de tanto rir: "Apenas Amigos" (tradução exata do inglês, "Just Friends"). Passou no Telecine, e apesar de eu não ter pego o início, o filme me prendeu até o final. O que são as expressões de Ryan Reynolds (o hilário ator do também hilário "O dono da festa")? O filme é muitooooo, mas muito bobo mesmo, ou seja, acaba com qualquer eventual deprê.
Assim termino meu post, com um pensamento contraditório - entediada com as férias, mas querendo, no fundo, que elas continuassem pra sempre, pra poder assistir a muitos e muitos mais filmes!!!!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Parabéns irmãozinho lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



















Hoje é aniversário do meu irmão lindo. Há vinte anos nascia esse menino que me fez deixar de ser filha única e embarcar em um universo completamente diferente do que eu imaginava. Lembro-me como se fosse hoje, tinha seis anos e exatos cinco meses, pois ambos nascemos no dia oito. Minhas primeiras palavras pra minha mãe quando fui apresentada a meu irmão foram: _ Nossa, mas como é feio! haha E vermelho! Era feio e todo vermelhinho, o pimpolho! Como sou grata de lembrar desse momento, apesar de me recordar que do alto de minha "maturidade" ao seis anos de idade, senti um misto de sentimentos, que variavam entre alegria e perda. Sabia que minha mãe e meu pai não iam ser só meus mais, mas afinal, o que eu estava reclamando? Era eu que tinha "pedido um irmãozinho"... Apesar de toda criança pedir isso, ele foi um presente inesperado... Seu nome, Thiago, com "th" mesmo, foi escolhido por mim em homenagem ao homem da minha vida, que também tinha seis anos...rs
Nossa diferença de idade sempre fez com que meu irmão me admirasse, até que veio a adolescência.... Lembro que quando eu tinha uns treze anos, estava começando a virar mocinha, e ele tinha apenas seis, brincava com ele como se ainda fosse criança... Sempre gostei muito de criança, e hoje, apesar de amar a afinidade que tenho com meu irmão nessa fase adulta, sinto saudade do tempo em que ele era apenas um menino, e eu brincava de ser sua mãe...
Ter um irmão nos ensina muito sobre nossa própria identidade. Aprendemos logo que por mais que tenhamos os mesmos pais, nossa educação jamais será igual e nem nossa personalidade. Ser filha única tinha suas vantagens, a atenção era toda voltada pra mim... Mas se eu pudesse voltar no tempo e tivesse a opção de escolher, faria tudo de novo! Pois ter um irmão é ter um amigo que vi crescer, que compartilhei tristezas e alegrias, que odiei em alguns momentos, mas que com certeza amei em muitos outros mais... Tenho orgulho não só de ser sua irmã, mas de saber que mais do que irmãos, somos amigos. Parabéns pra você maninho lindo! Que você seja muito feliz e consiga tudo que almeja! Te amo muitoo!!!!!!
Espero que eu consiga parar de ver você sempre como a criança que você era (tenho ciúme pior que de mãe), e aceite que o tempo passou e que você hoje é um homem, e não precisa mais de uma irmã chata pra cuidar de você... Mas estarei sempre ali, ainda que não perceba, e mesmo que não mais precise...

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Simplesmente Sensacional...


Meu Ano Novo foi assim, simplesmente sensacional... Ao lado de amigos muito, mas muito queridos mesmo... Uns cuja amizade cultivo há quase 15 anos, como a Fê e o Marci, outros mais recentes, mas não importa... O valor de uma verdadeira amizade não está no tempo...
Ano Novo é sempre uma época de reflexão, de arrependimentos, de promessas.... Pois neste ano que passou, fiz coisas que jamais esperava fazer (minha tatoo por exemplo), conheci pessoas de todos os tipos, de todas as idades, conheci vários lugares novos, enfim, vivi bastante.... Mas vivi com a consciência de que o que realmente importa na vida são as pessoas que amamos, e tê-las ao nosso lado, com saúde, é uma bênção, e deveríamos agradecer a Deus todos os dias por isso... Agradeço aqui então àqueles que me fizeram sorrir, àqueles que me fizeram chorar, àqueles que me esqueceram e àqueles que jamais vão me esquecer... Pois de uma forma ou de outra todos contribuíram para que eu pudesse simplesmente viver.... e aprender que perdoar aos outros é, antes de mais nada, conseguir perdoar a si mesmo.... Hoje me sinto uma pessoa mais forte, que aprendeu a dar mais valor à família e aos amigos.... o resto é detalhe... Feliz 2007 pra todos vocês !!!!!!

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Bacharel em Letras-Português Inglês pela UFRJ - Jornalista formada pela UNESA. Por mim mesma (26/07/2007) Não sei desenhar. Não vejo novela. Não sei quem é a atriz do momento. Como a nêga, nunca fui à Bahia não. Nem quero ir. Não gosto de mate. Não faço pilates. Nem ioga. Odeio Paulo Coelho. Abomino Jabour e Mainardi. Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto. Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar. Queria ter mais amigos verdadeiros Queria ter menos amores vãos. Queria ter poderes mágicos. De parar o tempo. De fazer voltar as horas. Queria ter mais vidas Pra caber tudo Que eu queria ser.