quinta-feira, outubro 18, 2007

Premonições


Do latim, praemonitione: sensação que anuncia um fato; situação ou fato tomado como um aviso; pressentimento; presságio. Acabei de assistir a um filme estrelado por Sandra Bullock, cujo título é justamente esse - "Premonições" - o que me levou a pensar um pouco mais sobre o assunto.
Desde do início da civilização existem relatos desse fenômeno, mas a ciência sempre tratou a questão com descrédito, com exceção de Einstein, que profetizou que:"a separação entre o passado, o presente e o futuro equivale a uma mera ilusão".
Se algum dia esse fenômeno, ou dom, como alguns preferem classificá-lo, se tornará uma verdade científica, é impossível dizer. No entanto, acredito que todos nós já tenhamos passado por alguma experiência parecida. No meu caso, bem mais de uma.
A intenção ao começar a escrever este texto, porém, não foi compartilhá-las, porque respeito a opinião de quem nem ao menos considera a possibilidade da existência de algo assim. O propósito era falar de algo maior - a mensagem que eu acredito que o filme passa.
Em um dado momento, a personagem principal, Annie, vivida por Sandra Bullock, recorre a um padre para falar de suas aflições. Ele lhe diz uma frase que me marcou muito: "quem não tem fé abre portas para que forças superiores a nós controlem nossa vida". Não sou católica nem espírita, mas acredito em Deus, e acredito também que independente de qualquer religião, nunca devemos parar de crer - no que quer que seja.
A personagem afirma que "não sabe pelo o que lutar" - aliás, fizeram uma tradução errada: "I don´t know what to fight for" ficou "eu não tenho pelo que lutar", o que faz uma grande diferença. Erros de tradução à parte, a narrativa não-linear do filme nos faz refletir não só sobre a possibilidade real do dom da premonição, mas também sobre o tempo, mecanismo criado por nós para tentar medir o infinito vazio que temos, para talvez nos conformamos com o fato irrefutável de que passamos os dias sem saber quando, onde e por que razão ele acabará.
Se alguém com esse dom pudesse prolongar nossa estada aqui, no tempo humano que inventamos, seria maravilhoso. Mas creio que o filme remete a algo mais profundo. Nos mostra que nosso tempo é vazio. Cabe a nós preenchê-lo. Podemos escrever nossa história, letra por letra, página por página, da melhor maneira possível. Ou podemos simplesmente não ligar, e deixar que a escrevam por nós. A maior recompensa dessa narrativa de final desconhecido é justamente essa: saber que cada palavra escrita foi bem escrita, porque ela pode ser também a última.

2 comentários:

Fil Porto disse...

e depois vem me dizer que não é nerd...bem..acho que a premonição existe sim, nas mulheres ela pode ser idenficada como o famoso sexto sentido, ou quando pressentimos que algo aconteceu com alguém muito próximo a nós..enfim..amostras disso são várias, cada um pode citar uma forma de sua exposição.
Não me lembro de ter visto o filme, vou pegar na locadora e assisti-lo, mas o tema é legal, gera discussões interessantes.
E qual sua próxima previsão Mãe Tatiana?hahahahhahaha
bjs

Anônimo disse...

Não vi o filme, mas tambem curto refletir sobre isso... tenho uma opinião formada e tal, e realmente, quanto a fé creio que fé é crer no que não vemos para vermos o que cremos...

Beijo Madrinha!

Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Bacharel em Letras-Português Inglês pela UFRJ - Jornalista formada pela UNESA. Por mim mesma (26/07/2007) Não sei desenhar. Não vejo novela. Não sei quem é a atriz do momento. Como a nêga, nunca fui à Bahia não. Nem quero ir. Não gosto de mate. Não faço pilates. Nem ioga. Odeio Paulo Coelho. Abomino Jabour e Mainardi. Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto. Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar. Queria ter mais amigos verdadeiros Queria ter menos amores vãos. Queria ter poderes mágicos. De parar o tempo. De fazer voltar as horas. Queria ter mais vidas Pra caber tudo Que eu queria ser.