segunda-feira, janeiro 29, 2007

Tom Jobim... o maior de todos...

Não sei se fico revoltada com a Rede Globo, por não ter divulgado o especial do Tom Jobim da mesma maneira que divulga que toda terça é dia de eliminação no Big Brother, ou comigo mesma, por não ter me infomado mais. Peguei o programa já quase no final, mas a tempo de ver que a apresentadora poderia de fato ser designada assim, pois tratava-se de Camila Pitanga, e não da pseudo-atriz-mulher de diretor Fernanda Lima. Não, homens que sempre acham que temos problemas com mulheres lindas, não é isso... Aliás, a acho lindíssima, uma das modelos mais bonitas, só que modelo.. e só.. Porque ter tido que aturá-la apresentando o especial da Elis foi um esforço sobrenatural, pois via-se que sua função ali era desfilar a cada quadro diferente um novo modelito, que podia ou não combinar com o texto, mero coadjuvante... O mais irônico é que quando perguntada se possuía algum benefício por ser mulher do diretor, a beldade foi lacônica: "Ainda tenho muito a aprender, mas estou me esforçando.. " Bom, sem julgar de que maneira ela está se esforçando, com certeza esse esforço está sendo recompensador... pra ela.. porque pra nós, pobres telespectadores, assisti-la falando de Elis foi comparável a ver Cléo Pires ganhando um troféu de melhor artiz no lugar de Fernanda Montenegro... Louvada seja Camila Pitanga, que ganhou além da beleza, um grande talento..
Continuando a falar sobre o especial, o pouco que assiti fez com que me emocionasse...ver Sting cantando Tom foi maravilhoso... Lembro-me até hoje que fui eu quem deu a notícia da morte do nosso poeta ao meu pai, pelo telefone, em 1994. Tinha quatorze anos e só me lembro de ter ficado triste assim antes na morte de Gonzaguinha, a quem tive a felicidade de conhecer, apesar de ter por volta de uns onze anos somente (não me recordo a idade ao certo). O Tom eu vi apenas uma vez, em Copacabana, num almoço com meus pais, e hoje minha maior frustração é não ter assistido a um show dele. Lembro também que meu pai ficou muito abalado com a notícia, e que me arrependi de ter sido a porta-voz da mesma, ainda mais da maneira que foi...
Meu único consolo foi ter ido ao show que foi realizado no Claro Hall em homenagem a ele, que se transformou em DVD. Às vezes fico tentando escolher uma música preferida, mas fazer isso com as obras de Tom é quase impossível... O nome do meu blog já demonstra o quanto gosto de suas canções... No entanto, uma que me marcou muito foi Luiza... (tanto que penso em dar esse nome à minha filha) e posto aqui a letra... Posto também, logo em seguida, o poema de Drummond que Tom leu no especial...



Luiza

Composição: Antônio Carlos Jobim

Rua, Espada nua
Bóia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza

Poema da necessidade
Carlos Drummond de Andrade

É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.

O especial "Tom Jobim: Eu sei que Vou te amar" prestou uma homenagem aos oitenta anos que o poeta estaria completando se ainda estivesse entre nós. Mas como disse Camila Pitanga, ao final do programa, parafraseando Guimarães Rosa: "Tom não morreu, tornou a se encantar".

E continuará nos encantando por muito tempo...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Some poetry...

Seguindo a moda de fotos que
combinam com o post, resolvi
postar essa, bem sarcástica,
pra combinar com duas das quatro
poesias que vou postar aqui,
que aliás fiz no mesmo dia.
Exatamente um mês antes de
um evento marcante na minha
vida...sim, eu tenho um dom
premonitório rs. Ah, a última
descreve vários incidentes,
a odeio porque nunca ninguém
percebe o sentido que eu quis
dar, e não é esse o objetivo
principal da poesia? Bom, é ruim
então, se não alcançou o objetivo
que eu almejava, mas vou
postar aqui pra ver se alguém
descobre (dica: um dos "inci-
dentes" é o Tsunami).
Sem Título (provisoriamente rs)

Na escuridão de teus olhos
Na imensidão do teu céu
Mergulho sem pensar
O profundo silêncio se rompe
Com a intensidade do teu olhar

Gotas de chuva caem de meus olhos
E seu incessante arfar
Fundem-se numa união perfeita
Teu céu enfim
Desagüa no meu mar.




Despair

So naive was I to believe you
So desperate was the night
To deceive us

The smile too soon faded away
And so did the brightness of the day.



Aftermath

I have set myself free
You no longer own me

Once you were my love
Now you can’t even hold me

May sorrow be your company
I truly hope you have no rest
For now despair
Has become your only guest.




Indiferença / A Nova Era

Eu sonhei que a imensidão azul se enfurecia
E a tudo consumia

Eu sonhei que o vento soprava tanto
Que fez perder o som o sax

Eu sonhei que rajadas de luz cortavam o céu sagrado
Numa guerra com as estrelas

Eu sonhei que um clarão de luz fez parar a egrenagem
Do grande relógio, do tempo

Acordei assustada do meu sonho.
Fechei os olhos
E desliguei a TV.


terça-feira, janeiro 16, 2007

Pensativa....

















Postei esta foto pra combinar com meu estado atual... bem pensativa... Estou de férias há seis meses do trabalho, já não agüento mais!! Bom, depois de sair demais, acho que sosseguei um pouco, estou mais em casa, então estou aproveitando este tempo livre, que eventualmente acabará, para assistir a muitos filmes (antes que algum desavisado venha falar algo é assitir a mesmo o certo rs). Alguns no Telecine mesmo, outros em dvd. Sempre fui apreciadora da Sétima Arte, mas havia tempo que não ia ao cinema. O último filme que havia visto nas telonas era "O Código da Vinci". Minha volta ao cinema foi, no entanto, recompensadora, com "O Ilusionista". Um filme que se passa em Viena, e cuja trama inclui um romance proibido entre o famoso ilusionista Eisenheim (Edward Norton) e a futura princesa Sophie (Jessica Biel). Um final surpreendente, mas que minha mãe, cinéfila, adivinharia facilmente... então surpreendente para os não-aficcionados por cinema rs. Bom, depois desse assisti em dvd "A casa do lago", um romance com Keanu Reeves e Sandra Bullock. Um filme cujo tema principal é o amor além do tempo, e que faz, na minha opinião, uma metáfora ao citar o livro "Persuasion", de Jane Austen (autora do livro que eu amo, Pride and Prejudice), onde os amantes não podem viver o seu amor por diversas razões, e vêm a se reencontrar anos depois, mas aí já é tarde demais, o "momento" deles parece que passou. As personagens centrais de "A casa do lago" vivem exatamente isso, em "tempos diferentes" - ela em 2006 e ele em 2004. É muito comum vermos o tema "amor após a morte", como em "Ghost", mas este filme usa, sem ser piegas, o tempo como elemento central, para levantar questões sobre a relação entre esse tempo (seja ele real ou metafórico) e o amor, que pode tanto unir quanto separar as pessoas.
Mudando completamente de gênero, recomendo "Posseidon". É uma refilmagem de "O Destino do Poseidon" (que aliás nunca vi rs), clássico de 1972. O filme é sobre um transatlântico de nome homônimo que é atingido em plena noite de Ano Novo. Consegue prender bastante, há muita tensão, e há um romance, como em "Titanic", mas ele não é o elemento central. Nossa, fiquei extremamente nervosa vendo esse filme, em parte porque meu paizinho querido, engenheiro civil especializado em hidráulica marítima, sempre me alertou em relação ao mar, então criei um pequeno, digamos assim, trauma (desculpa paizinho, mas é verdade - o que pra ele é péssimo, já que tenho medo de andar de lancha com ele e de velejar também haha). Bom, voltando ao filme, apesar de um pouco mentiroso, como todo bom filme de ação, achei uma excelente pedida dentro do gênero.
Logo em seguida assiti a "Xeque-mate" (em inglês Lucky Number Slevin), um filme policial com Bruce Willis, Morgan Freeman, Josh Hannet (um dos novos queridinhos de Hollywood e das atrizes hollywodianas também rs). Não vou fazer aqui uma breve sinopse do filme porque ele tem uma trama tão intricada que é daqueles filmes que é melhor nem ler a sinopse, e sim assistir logo. Ao contrário de "O Ilusionista", onde eu não previ o final de maneira nenhuma, esse eu consegui adivinhar, mas mesmo assim achei um dos melhores filmes policias que já vi.
Para terminar com muito bom humor, o filme que me arrancou gargalhadas e me fez chorar de tanto rir: "Apenas Amigos" (tradução exata do inglês, "Just Friends"). Passou no Telecine, e apesar de eu não ter pego o início, o filme me prendeu até o final. O que são as expressões de Ryan Reynolds (o hilário ator do também hilário "O dono da festa")? O filme é muitooooo, mas muito bobo mesmo, ou seja, acaba com qualquer eventual deprê.
Assim termino meu post, com um pensamento contraditório - entediada com as férias, mas querendo, no fundo, que elas continuassem pra sempre, pra poder assistir a muitos e muitos mais filmes!!!!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Parabéns irmãozinho lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



















Hoje é aniversário do meu irmão lindo. Há vinte anos nascia esse menino que me fez deixar de ser filha única e embarcar em um universo completamente diferente do que eu imaginava. Lembro-me como se fosse hoje, tinha seis anos e exatos cinco meses, pois ambos nascemos no dia oito. Minhas primeiras palavras pra minha mãe quando fui apresentada a meu irmão foram: _ Nossa, mas como é feio! haha E vermelho! Era feio e todo vermelhinho, o pimpolho! Como sou grata de lembrar desse momento, apesar de me recordar que do alto de minha "maturidade" ao seis anos de idade, senti um misto de sentimentos, que variavam entre alegria e perda. Sabia que minha mãe e meu pai não iam ser só meus mais, mas afinal, o que eu estava reclamando? Era eu que tinha "pedido um irmãozinho"... Apesar de toda criança pedir isso, ele foi um presente inesperado... Seu nome, Thiago, com "th" mesmo, foi escolhido por mim em homenagem ao homem da minha vida, que também tinha seis anos...rs
Nossa diferença de idade sempre fez com que meu irmão me admirasse, até que veio a adolescência.... Lembro que quando eu tinha uns treze anos, estava começando a virar mocinha, e ele tinha apenas seis, brincava com ele como se ainda fosse criança... Sempre gostei muito de criança, e hoje, apesar de amar a afinidade que tenho com meu irmão nessa fase adulta, sinto saudade do tempo em que ele era apenas um menino, e eu brincava de ser sua mãe...
Ter um irmão nos ensina muito sobre nossa própria identidade. Aprendemos logo que por mais que tenhamos os mesmos pais, nossa educação jamais será igual e nem nossa personalidade. Ser filha única tinha suas vantagens, a atenção era toda voltada pra mim... Mas se eu pudesse voltar no tempo e tivesse a opção de escolher, faria tudo de novo! Pois ter um irmão é ter um amigo que vi crescer, que compartilhei tristezas e alegrias, que odiei em alguns momentos, mas que com certeza amei em muitos outros mais... Tenho orgulho não só de ser sua irmã, mas de saber que mais do que irmãos, somos amigos. Parabéns pra você maninho lindo! Que você seja muito feliz e consiga tudo que almeja! Te amo muitoo!!!!!!
Espero que eu consiga parar de ver você sempre como a criança que você era (tenho ciúme pior que de mãe), e aceite que o tempo passou e que você hoje é um homem, e não precisa mais de uma irmã chata pra cuidar de você... Mas estarei sempre ali, ainda que não perceba, e mesmo que não mais precise...

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Simplesmente Sensacional...


Meu Ano Novo foi assim, simplesmente sensacional... Ao lado de amigos muito, mas muito queridos mesmo... Uns cuja amizade cultivo há quase 15 anos, como a Fê e o Marci, outros mais recentes, mas não importa... O valor de uma verdadeira amizade não está no tempo...
Ano Novo é sempre uma época de reflexão, de arrependimentos, de promessas.... Pois neste ano que passou, fiz coisas que jamais esperava fazer (minha tatoo por exemplo), conheci pessoas de todos os tipos, de todas as idades, conheci vários lugares novos, enfim, vivi bastante.... Mas vivi com a consciência de que o que realmente importa na vida são as pessoas que amamos, e tê-las ao nosso lado, com saúde, é uma bênção, e deveríamos agradecer a Deus todos os dias por isso... Agradeço aqui então àqueles que me fizeram sorrir, àqueles que me fizeram chorar, àqueles que me esqueceram e àqueles que jamais vão me esquecer... Pois de uma forma ou de outra todos contribuíram para que eu pudesse simplesmente viver.... e aprender que perdoar aos outros é, antes de mais nada, conseguir perdoar a si mesmo.... Hoje me sinto uma pessoa mais forte, que aprendeu a dar mais valor à família e aos amigos.... o resto é detalhe... Feliz 2007 pra todos vocês !!!!!!

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Bacharel em Letras-Português Inglês pela UFRJ - Jornalista formada pela UNESA. Por mim mesma (26/07/2007) Não sei desenhar. Não vejo novela. Não sei quem é a atriz do momento. Como a nêga, nunca fui à Bahia não. Nem quero ir. Não gosto de mate. Não faço pilates. Nem ioga. Odeio Paulo Coelho. Abomino Jabour e Mainardi. Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto. Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar. Queria ter mais amigos verdadeiros Queria ter menos amores vãos. Queria ter poderes mágicos. De parar o tempo. De fazer voltar as horas. Queria ter mais vidas Pra caber tudo Que eu queria ser.