quinta-feira, dezembro 27, 2007
Eduarda
Ora quieta
Ora afoita
Um pedacinho
Dele e de ti
Como se fosse minha
sinto tua felicidade plena
e como ti, anseio o dia
que enfim desabrocharás serena
e nos tornará sorrir.
A esse tal de amor
Do fim para o recomeço
Como numa narrativa
não-linear de Lynch
Como um romance clichê
de final sempre feliz
Como nada que já sonhei
Mas como tudo que sempre quis
Uns diriam:
Escolhidos do destino;
outros, alvos da doce ilusão.
Decerto, daria um livro
Entre os mais vendidos
de não-ficção!
Mas peço a esse tal de amor que o escreva
com as folhas caídas
de cada ano em que o nós não existia
Lhe suplico que escreva a mais bela história a cada dia
Mas que o faça sentado.
No chão.
E que a última palavra lida
Seja escrita
Por nós, a uma só mão.
A falta
É sua ausência.
Sinto-te aqui dentro
No caminho mais curto
entre os olhos e o coração.
Sinto-te tão profundamente
Que imploro!
Expulsa em ti
o que não choro
e me faça entender
o porquê.
Temor
Que em mim o querer-te
fosse demais
para ti
Temia amar-te
como agora amo
Temia não sentir
que o amor que só a ti proclamo
És teu também.
Ânsia de mim
Um palpitar incessante
transforma-se em falta
De nada. De ar.
Uma vontade de sair
Desesperadamente
De mim.
Habitar outra alma
De sentir uma calma
De fugir dessa ânsia
De mim.
quinta-feira, novembro 15, 2007
Osso duro de roer
O ponto que pretendo abordar, no entanto, passa ao largo dessa discussão, reconhecida aqui sua relevância. O tema a que me refiro diz repeito às diferentes reações causadas pelo filme. Em artigo de seu blog, sob o título "'Tropa de Elite é fascista?" (http://oglobo.globo.com/blogs/arnaldo/default.asp?periodo=&palavra=tropa+de+elite), Arnaldo Bloch deu origem a mais essa polêmica, o que gerou respostas até mesmo por parte de Wagner Moura (que vive o herói-protagonista capitão Nascimento), em artigo ao "O globo" (http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/09/24/297856410.asp).
A questão que mais me aflige é justamente ver que o capitão Nascimento se tornou um herói nacional, fazendo as vezes de um Robin Hood do século XXI - condena os "riquinhos maconheiros", estudantes de uma universidade da Zona Sul, e defende os oprimidos, personificados na figura do aspirante Matias, que convive com os dois mundos - o da favela, de sua origem pobre, e o da burguesia, da faculdade onde estuda. Não que esta não seja parte da realidade. De fato o é. O problema é que ela não é tão simplista assim.
O intuito primeiro do filme não foi provocar tais generalizações e muito menos ser reacionário. Nesse âmbito, concordo com Wagner Moura, pois também não creio que o filme seja fascista, mas faço coro com Arnaldo Bloch com relação à reação do público. Se ele quase vomitou seu pastel de cordeiro, a mim falta apetite ao ver que um filme que inaugura um diferente modo de narrativa, expressa pelo ponto de vista da polícia, seja resumido a máximas como "o usuário é o principal culpado pelo tráfico" ou "estudante de faculdade particular da zona sul é burguês". Causa-me espanto ver que, infelizmente, é essa a "mensagem" que para muitos o filme passa. Mas causa-me mais surpresa ainda constatar que "Tropa" tornou-se um instrumento de afirmação da virilidade masculina - impossível dizer quantas vezes já ouvi "faca na caveira", "tira essa roupa preta porque você é moleque", dentre muitas outras das várias frases marcantes do filme. Se estas frases promovessem um debate sobre a violência no Rio, suscitassem questões relativas ao tráfico de drogas, sobre seu uso, ou até mesmo sobre sua legalização, enfim, se gerassem uma inquietação, um sentimento de revolta e indignação que o filme procura instigar no espectador (ao menos nos conscientes), não me importaria em ouvi-las como um mantra. A realidade, porém, é que "aspira" (que se tornou sinônimo de fraco, inexperiente, novato, em meio à ala masculina) é parte do povo brasileiro, que ao assistir a um filme de tamanha qualidade como "Tropa de elite", capaz de gerar uma reação efetiva contra a situação atual da nossa cidade, ao invés de idéias, só consegue propagar as palavras proferidas aos berros pelo capitão de uma nação falida. Plagiando a música-tema do filme - isso sim, é um osso duro de roer.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Premonições
Do latim, praemonitione: sensação que anuncia um fato; situação ou fato tomado como um aviso; pressentimento; presságio. Acabei de assistir a um filme estrelado por Sandra Bullock, cujo título é justamente esse - "Premonições" - o que me levou a pensar um pouco mais sobre o assunto.
Desde do início da civilização existem relatos desse fenômeno, mas a ciência sempre tratou a questão com descrédito, com exceção de Einstein, que profetizou que:"a separação entre o passado, o presente e o futuro equivale a uma mera ilusão".
Se algum dia esse fenômeno, ou dom, como alguns preferem classificá-lo, se tornará uma verdade científica, é impossível dizer. No entanto, acredito que todos nós já tenhamos passado por alguma experiência parecida. No meu caso, bem mais de uma.
A intenção ao começar a escrever este texto, porém, não foi compartilhá-las, porque respeito a opinião de quem nem ao menos considera a possibilidade da existência de algo assim. O propósito era falar de algo maior - a mensagem que eu acredito que o filme passa.
A personagem afirma que "não sabe pelo o que lutar" - aliás, fizeram uma tradução errada: "I don´t know what to fight for" ficou "eu não tenho pelo que lutar", o que faz uma grande diferença. Erros de tradução à parte, a narrativa não-linear do filme nos faz refletir não só sobre a possibilidade real do dom da premonição, mas também sobre o tempo, mecanismo criado por nós para tentar medir o infinito vazio que temos, para talvez nos conformamos com o fato irrefutável de que passamos os dias sem saber quando, onde e por que razão ele acabará.
Se alguém com esse dom pudesse prolongar nossa estada aqui, no tempo humano que inventamos, seria maravilhoso. Mas creio que o filme remete a algo mais profundo. Nos mostra que nosso tempo é vazio. Cabe a nós preenchê-lo. Podemos escrever nossa história, letra por letra, página por página, da melhor maneira possível. Ou podemos simplesmente não ligar, e deixar que a escrevam por nós. A maior recompensa dessa narrativa de final desconhecido é justamente essa: saber que cada palavra escrita foi bem escrita, porque ela pode ser também a última.
quinta-feira, outubro 11, 2007
Maneirismos de Mainardi
Meu primeiro contato com o polêmico "debatedor cultural" aconteceu na faculdade de Jornalismo. O melhor professor que eu já tive na vida, Ricardo Oiticica (que faz jus ao sobrenome famoso), me deu a honra de ser sua aluna na disciplina "Cultura Brasileira". Debatemos o texto de Antônio Cândido, "A dialética da malandragem", relacionando-o com "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Joaquim de Almeida, até chegarmos ao carnaval, através de uma análise comparativa entre os textos do antropólogo Roberto da Matta "Carnavais, Malandros e Heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro" e o do jornalista em questão: "Carnaval é só Carnaval".
Mainardi tem uma posição extremamente radical no que diz respeito à nossa identidade cultural. "O carnaval não representa nada, não representa a alma do brasileiro, não representa o que somos, é somente o carnaval". E vai além. Diz que o futebol é apenas um esporte. Até que desenvolvia bem seu ponto de vista, quando de repente cai em contradição: afirma categoricamente que o esporte mais amado de nosso país nada significa, que não admite que ele seja usado como metáfora da identidade nacional, mas que é capaz de desencadear uma guerra civil. Pois não é que outro dia mesmo, uma começou em Angola só porque a Paris Hilton, em uma visitinha rápida ao país, se negou a dar autógrafos? Faça-me o favor, Mainardi!
Bom, voltemos a mais aguardada entrevista já concedida à revista masculina de maior circulação do país. Mainardi é uma alegoria de si mesmo - repete tantas vezes que não quer aparecer na mídia, que nunca teve a intenção de aparecer, que um dia vai acabar acreditando. Periga ir pro BBB só pra mostrar "seu diferencial". Nascido inicialmente como romancista, segundo o próprio, construiu uma defesa contra qualquer expectiva de sucesso. Obviamente, encontrou no ataque o caminho para ele. De Lula, seu opositor mais célebre, a Chico Buarque, o discurso do peculiar jornalista sempre envereda para o caminho da polêmica. Considera-se um homem de opinões pouco convencionais, devido à sua formação intelectual diversa, e ao ser indagado sobre sua "fúria", afirma que este pretenso ódio não passa de deboche. Deboche é afirmar que Chico Buarque fala besteiras rotineiramente, que como letrista é um engodo. E logo a palavra engodo, que em uma de suas acepções significa coisa com que se engoda ou seduz alguém, adulação astuciosa... Qualquer semelhança com Diogo é mera coincidência...
Não fuma, não bebe, não dança - se julga extremamente tedioso - por isso relutava em conceder a entrevista há mais de um ano. Uma pessoa "chocha", como se autodenomina. Nem aparelho de som tem em casa. Afirma que progressivamente foi se afastando da música. Hoje, já não ouve nada. Sem dúvida, fez o mesmo com o bom senso.
Como já dizia o mestre Caymmi, quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Imagina quem nem de música gosta.
quarta-feira, outubro 10, 2007
Momento
Primavera
Eu não sou diferente.
Me escrevem versos, me fazem canções, anseiam por minha chegada.
Sou, sem dúvida, a mais esperada.
Certamente, alguns dirão:
Que nada!
É o velho astro-rei
quem nos dá a alvorada
Decerto retrucarei:
Tua alegria é passageira,
mas vejam o que lhes trago:
sou primeira e derradeira
Tanto começo,
como bem acabo.
Sou assim a preferida, mas cansei de meu reinado.
Se o cair das folhas
não lhes é nenhum agrado
Se o véu frio da noite
já ficou para o romance
ultrapassado
Sinto Muito! Bem alto brado!
Que saltem em outra estação!
Declaro a partir de hoje
Meu florescer
Aposentado!
quarta-feira, outubro 03, 2007
Dívida de gratidão
à folha caída
à página virada,
mesmo que não lida.
Agradeço ao passado
ao riso contido
ao pranto calado
ao verso esquecido
Agradeço ao acaso
ao sutil enveredar do destino
agradeço à ignorância
do futuro
Agradeço a cada dia
que passo
o afã de viver sem saber.
Agradeço a ti
por em mim reviver
a vontade de querer
Assim, sem querer.
quarta-feira, setembro 26, 2007
Ao amanhã
Mesmo que matem o sonho
Mesmo que a dor seja pungente
Mesmo com a alma em pedaços.
Sigo em frente.
Mesmo que mais nada saiba
Mesmo que não mais pense
Mesmo que o amanhã
bata à porta
Da mente.
Sigo em frente.
Toque de renascer
Que a vida diz
que já é hora
de morrer um pouco
a esperança
Me torno assim
abelha-rainha
Revivo em mim
a parte que então morria.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Libertar-se de amar
Me peço perdão pelo mal que já me fiz
Me exconjuro por esquecer até de mim
Amar-te me fez ser minha
Me fez ser uma em muitas só
Perder-te me fez ser tua
Mas minha lágrima mais pura
não vale teu riso sem dó
Me liberto por inteira
não sou mais tua fronteira
não sou teu sim
nem o teu não
nem tua pegada
tua prece
sou tudo aquilo que não mereces
mas que nunca saberás.
terça-feira, setembro 04, 2007
Àquela refletida
Ontem mesmo perguntava
à menina do reflexo
Hoje mesmo respondia
à mulher que não conheço
Já não me espelho mais em ti
Que fizeste com meus dias, minha esperança, minha alegria?
Meu olhar fruta madura,
Meu sorriso sem querer?
Que agora ri sem compostura
Só pra não deixar de ser
Para onde levaste o sonho,
que só teima em não deitar?
Por favor acenda a luz! Está noite pra sonhar!
E traga de volta aquela
Que sem dó
e sem espera
Me levou de mim.
segunda-feira, agosto 20, 2007
Teu voar
Vai, abre teus os braços e acolhe a dor
Voa, e mente o pranto que te fez pousar
Rasga o céu com teu bailar
que o dia volta, que a luz se acende
Que não há mais nada
E o que hoje sentes
Há de cessar
Dança, o mais belo bater
de asas que já se viu
Que a mágoa espanta
E por fim se cansa
De descolorir teu voar.
quinta-feira, julho 26, 2007
Por mim mesma
Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto.
Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar.
Queria ter mais amigos
verdadeiros
Queria ter menos amores
vãos.
Queria ter poderes mágicos.
De parar o tempo. De fazer voltar as horas.
Queria ter mais vidas
Pra caber tudo
Que eu queria ser.
quarta-feira, julho 25, 2007
O que nosso Brasil vai ser quando crescer?
Ser capa de revista!
Seu sonho era aparecer na TV
Podia ser novela, minissérie, ou até BBB
Queria ser gente
Cidadão, na carteira
de identidade
Seu sonho era ter o que comer
Mas apareceu na TV
Mais uma estatística
Do jornal diário
Que transmite ao vivo
e em cores
Um Brasil onde ser é poder.
Doce ilusão
que vivo em sua solidão
Mal sabem que o deixo impresso na folha,
em letras miúdas
E fica em branco
O meu coração.
Você
Choro e durmo
Rio e vivo
Só pra você
Ah que alegria!
Se um dia soubesse
onde está você
Minha alma serenaria
Se pudesse dizer
Que olho o mundo
Só por você
A verdade é que ninguém é como você
A certeza é que ninguém nunca vai ser
Espero então com a calma de quem ama
O dia em que Deus
Me permitirá enfim lhe conhecer.
quinta-feira, julho 19, 2007
Retrô-cesso
Comprar um fusca 70, usar vintage
Brechó e maiô
A moda é ter uma Prada
Mas também ser ecologicamente correto
Só compre as de material reciclado
Do papelâo que cobre as noites dos sem-teto
A moda é ser otimista
e aceitar tudo de bom grado
Afinal, o que é uma guerrinha lá no Oriente Médio
Quando subiu absurdamente o preço do importado?
A moda agora é ser chique
Mas sem querer ser
Pois classe é algo natural
Um estado de espírito quase zen
É posar de pseudo-intelectual
Mesmo que não passes de um joão-niguém.
À criança que nunca conheci
tudo que vi.
Quem dera pudesse transpor num olhar
tudo que senti.
A estranheza calma
do desconhecido
A urgência sutil
de cada manhâ
Queria poder estar
Pra lhe falar da esperança
Da angústia, do medo
Ver seu primeiro sorriso,
seu espanto, seu pranto
descansar-te em meu seio
Quem dera pudesse trazer de volta
o instante
Que o tempo cruel me levou
Imploraria pra que se compadecesse
e parasse o mundo por um segundo.
Antes do despertar da minha dor.
quarta-feira, julho 18, 2007
O Não-saber
domingo, julho 15, 2007
Não quero
Quero o medo
Não quero a mágoa,
quero a dor
Não quero o fogo,
e sim seu ardor
Não quero dizer,
nem quero calar
Não quero partir,
mas já não posso ficar
Não quero saber
Não quero, querer.
Duas Facetas
Somente a ilusão conforta
Com sua terna e vil faceta
E quando lhe baterem à porta
Espante-as sem dó
A verdade da ilusão é ser um,
Mas sendo dois num só.
terça-feira, julho 03, 2007
Receita do falso amor
Adicione uma pitada de hiprocisia
Sinceridade - separe num canto.
Misture-o bem para não desandar
O ponto do falso amor é algo duro de se achar
Leve a fogo baixo, porque ele é fácil de se queimar!
Ou, melhor ainda, coloque-o em banho-maria
Se você não quiser arriscar
Compre uma bonita forma, enfeite-a com o mais belo ornamento
Corte-o em fatias pequenas, para que seu fim seja mais lento
Mas saboreie-o com grandes garfadas, para mostrar o prazer
Que só o falso amor proporciona, àqueles que o fazem por merecer.
quarta-feira, junho 20, 2007
sábado, maio 26, 2007
Poema Silenciado
sábado, maio 19, 2007
Reinventando-me
De manhã durmo fogo,
ferida aberta.
À noite levanto ilusão,
paixão desperta.
O que resta de mim
Eu morro
O que vive em mim
Não me resta
Não mais...
terça-feira, maio 15, 2007
Amor de mãe
Quando nada mais resta.
Quando sorrir me parece um enorme esforço.
Quando o mundo parece ser meu.
Quando a alegria estampa meu rosto.
Nos dias chuvosos, nas noites estreladas.
Na hora do colo, na hora da risada.
Em teu seio descanso, faço de ti minha morada.
Teu toque conforta, teu carinho me acalma.
Teu simples olhar desvenda minh’ alma
Em ti encontro alento, paz.
Teu amor faz um bem, um bem que só você me faz.
segunda-feira, março 26, 2007
Divagando, em plena luz do dia...
sexta-feira, março 23, 2007
Alheio a nós....
quarta-feira, março 21, 2007
Quando tento te encontrar...
quinta-feira, março 08, 2007
Feliz Dia Internacional das Mulheres para todas nós!!!!!!!!!!
Vinicius de Moraes
segunda-feira, março 05, 2007
Incertezas...
terça-feira, fevereiro 06, 2007
Ausência...
Lembrei-me desse poema de Carlos Drummond de Andrade logo que pensei em postar algo sobre a minha amiga Dani, por ele falar de ausência. Depois de três períodos estudando juntas, ela vai estudar no turno da noite. Pode parecer banal para os outros eu lamentar essa "pequena" mudança em nossas vidas, já que uma verdadeira amizade não se prova na quantidade de tempo que se passa junto... Mas sua ausência vai, contrariando Drummond (como ouso eu? rs), me fazer muita falta. Nossas farras, nossas conversas, nossos mútuos aconselhamentos (apesar de ela dizer que sou a irmã mais velha rs), tudo que passamos juntas foi muito bom... Acredito mesmo que Deus coloca as pessoas certas no nosso caminho para que possamos ver que sempre vale a pena ter esperança, pois essas pessoas especiais fazem as horas difíceis se tornarem cada vez mais brandas, até irem se esvaindo... Agradeço mesmo do fundo do coração não só pela sua amizade, mas pela amizade de todas as meninas _ Tatá, Isa e Marcinha. Sei que ninguém muda de uma hora pra outra, mas tenho certeza que vocês foram responsáveis por eu tentar ser o meu melhor.... e isso não vou esquecer jamais...
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Tom Jobim... o maior de todos...
Luiza
Composição: Antônio Carlos Jobim
Rua, Espada nua
Bóia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração
Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza
Poema da necessidade
Carlos Drummond de Andrade
É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.
O especial "Tom Jobim: Eu sei que Vou te amar" prestou uma homenagem aos oitenta anos que o poeta estaria completando se ainda estivesse entre nós. Mas como disse Camila Pitanga, ao final do programa, parafraseando Guimarães Rosa: "Tom não morreu, tornou a se encantar".
E continuará nos encantando por muito tempo...
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Some poetry...
Na escuridão de teus olhos
Na imensidão do teu céu
Mergulho sem pensar
O profundo silêncio se rompe
Com a intensidade do teu olhar
Gotas de chuva caem de meus olhos
E seu incessante arfar
Fundem-se numa união perfeita
Teu céu enfim
Desagüa no meu mar.
Despair
So naive was I to believe you
So desperate was the night
To deceive us
The smile too soon faded away
And so did the brightness of the day.
Aftermath
I have set myself free
You no longer own me
Once you were my love
Now you can’t even hold me
May sorrow be your company
I truly hope you have no rest
For now despair
Has become your only guest.
Indiferença / A Nova Era
Eu sonhei que a imensidão azul se enfurecia
E a tudo consumia
Eu sonhei que o vento soprava tanto
Que fez perder o som o sax
Eu sonhei que rajadas de luz cortavam o céu sagrado
Numa guerra com as estrelas
Eu sonhei que um clarão de luz fez parar a egrenagem
Do grande relógio, do tempo
Acordei assustada do meu sonho.
Fechei os olhos
E desliguei a TV.
terça-feira, janeiro 16, 2007
Pensativa....
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Parabéns irmãozinho lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Hoje é aniversário do meu irmão lindo. Há vinte anos nascia esse menino que me fez deixar de ser filha única e embarcar em um universo completamente diferente do que eu imaginava. Lembro-me como se fosse hoje, tinha seis anos e exatos cinco meses, pois ambos nascemos no dia oito. Minhas primeiras palavras pra minha mãe quando fui apresentada a meu irmão foram: _ Nossa, mas como é feio! haha E vermelho! Era feio e todo vermelhinho, o pimpolho! Como sou grata de lembrar desse momento, apesar de me recordar que do alto de minha "maturidade" ao seis anos de idade, senti um misto de sentimentos, que variavam entre alegria e perda. Sabia que minha mãe e meu pai não iam ser só meus mais, mas afinal, o que eu estava reclamando? Era eu que tinha "pedido um irmãozinho"... Apesar de toda criança pedir isso, ele foi um presente inesperado... Seu nome, Thiago, com "th" mesmo, foi escolhido por mim em homenagem ao homem da minha vida, que também tinha seis anos...rs
Nossa diferença de idade sempre fez com que meu irmão me admirasse, até que veio a adolescência.... Lembro que quando eu tinha uns treze anos, estava começando a virar mocinha, e ele tinha apenas seis, brincava com ele como se ainda fosse criança... Sempre gostei muito de criança, e hoje, apesar de amar a afinidade que tenho com meu irmão nessa fase adulta, sinto saudade do tempo em que ele era apenas um menino, e eu brincava de ser sua mãe...
Ter um irmão nos ensina muito sobre nossa própria identidade. Aprendemos logo que por mais que tenhamos os mesmos pais, nossa educação jamais será igual e nem nossa personalidade. Ser filha única tinha suas vantagens, a atenção era toda voltada pra mim... Mas se eu pudesse voltar no tempo e tivesse a opção de escolher, faria tudo de novo! Pois ter um irmão é ter um amigo que vi crescer, que compartilhei tristezas e alegrias, que odiei em alguns momentos, mas que com certeza amei em muitos outros mais... Tenho orgulho não só de ser sua irmã, mas de saber que mais do que irmãos, somos amigos. Parabéns pra você maninho lindo! Que você seja muito feliz e consiga tudo que almeja! Te amo muitoo!!!!!!
Espero que eu consiga parar de ver você sempre como a criança que você era (tenho ciúme pior que de mãe), e aceite que o tempo passou e que você hoje é um homem, e não precisa mais de uma irmã chata pra cuidar de você... Mas estarei sempre ali, ainda que não perceba, e mesmo que não mais precise...
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Simplesmente Sensacional...
Ano Novo é sempre uma época de reflexão, de arrependimentos, de promessas.... Pois neste ano que passou, fiz coisas que jamais esperava fazer (minha tatoo por exemplo), conheci pessoas de todos os tipos, de todas as idades, conheci vários lugares novos, enfim, vivi bastante.... Mas vivi com a consciência de que o que realmente importa na vida são as pessoas que amamos, e tê-las ao nosso lado, com saúde, é uma bênção, e deveríamos agradecer a Deus todos os dias por isso... Agradeço aqui então àqueles que me fizeram sorrir, àqueles que me fizeram chorar, àqueles que me esqueceram e àqueles que jamais vão me esquecer... Pois de uma forma ou de outra todos contribuíram para que eu pudesse simplesmente viver.... e aprender que perdoar aos outros é, antes de mais nada, conseguir perdoar a si mesmo.... Hoje me sinto uma pessoa mais forte, que aprendeu a dar mais valor à família e aos amigos.... o resto é detalhe... Feliz 2007 pra todos vocês !!!!!!
Quem sou eu
- tati
- Rio de Janeiro, RJ, Brazil
- Bacharel em Letras-Português Inglês pela UFRJ - Jornalista formada pela UNESA. Por mim mesma (26/07/2007) Não sei desenhar. Não vejo novela. Não sei quem é a atriz do momento. Como a nêga, nunca fui à Bahia não. Nem quero ir. Não gosto de mate. Não faço pilates. Nem ioga. Odeio Paulo Coelho. Abomino Jabour e Mainardi. Não queria morar numa cabana. Não queria ter um iate. Queria ter menos preguiça. Queria ter menos vontade. Queria tocar piano. Queria cantar. Bem alto. Queria ler todos os livros bons. Queria ler a alma, dos maus. Queria comer chocolate e não engordar. Rir na hora de calar. Queria ter mais amigos verdadeiros Queria ter menos amores vãos. Queria ter poderes mágicos. De parar o tempo. De fazer voltar as horas. Queria ter mais vidas Pra caber tudo Que eu queria ser.