Do latim, praemonitione: sensação que anuncia um fato; situação ou fato tomado como um aviso; pressentimento; presságio. Acabei de assistir a um filme estrelado por Sandra Bullock, cujo título é justamente esse - "Premonições" - o que me levou a pensar um pouco mais sobre o assunto.
Desde do início da civilização existem relatos desse fenômeno, mas a ciência sempre tratou a questão com descrédito, com exceção de Einstein, que profetizou que:"a separação entre o passado, o presente e o futuro equivale a uma mera ilusão".
Se algum dia esse fenômeno, ou dom, como alguns preferem classificá-lo, se tornará uma verdade científica, é impossível dizer. No entanto, acredito que todos nós já tenhamos passado por alguma experiência parecida. No meu caso, bem mais de uma.
A intenção ao começar a escrever este texto, porém, não foi compartilhá-las, porque respeito a opinião de quem nem ao menos considera a possibilidade da existência de algo assim. O propósito era falar de algo maior - a mensagem que eu acredito que o filme passa.
Em um dado momento, a personagem principal, Annie, vivida por Sandra Bullock, recorre a um padre para falar de suas aflições. Ele lhe diz uma frase que me marcou muito: "quem não tem fé abre portas para que forças superiores a nós controlem nossa vida". Não sou católica nem espírita, mas acredito em Deus, e acredito também que independente de qualquer religião, nunca devemos parar de crer - no que quer que seja.
A personagem afirma que "não sabe pelo o que lutar" - aliás, fizeram uma tradução errada: "I don´t know what to fight for" ficou "eu não tenho pelo que lutar", o que faz uma grande diferença. Erros de tradução à parte, a narrativa não-linear do filme nos faz refletir não só sobre a possibilidade real do dom da premonição, mas também sobre o tempo, mecanismo criado por nós para tentar medir o infinito vazio que temos, para talvez nos conformamos com o fato irrefutável de que passamos os dias sem saber quando, onde e por que razão ele acabará.
Se alguém com esse dom pudesse prolongar nossa estada aqui, no tempo humano que inventamos, seria maravilhoso. Mas creio que o filme remete a algo mais profundo. Nos mostra que nosso tempo é vazio. Cabe a nós preenchê-lo. Podemos escrever nossa história, letra por letra, página por página, da melhor maneira possível. Ou podemos simplesmente não ligar, e deixar que a escrevam por nós. A maior recompensa dessa narrativa de final desconhecido é justamente essa: saber que cada palavra escrita foi bem escrita, porque ela pode ser também a última.
A personagem afirma que "não sabe pelo o que lutar" - aliás, fizeram uma tradução errada: "I don´t know what to fight for" ficou "eu não tenho pelo que lutar", o que faz uma grande diferença. Erros de tradução à parte, a narrativa não-linear do filme nos faz refletir não só sobre a possibilidade real do dom da premonição, mas também sobre o tempo, mecanismo criado por nós para tentar medir o infinito vazio que temos, para talvez nos conformamos com o fato irrefutável de que passamos os dias sem saber quando, onde e por que razão ele acabará.
Se alguém com esse dom pudesse prolongar nossa estada aqui, no tempo humano que inventamos, seria maravilhoso. Mas creio que o filme remete a algo mais profundo. Nos mostra que nosso tempo é vazio. Cabe a nós preenchê-lo. Podemos escrever nossa história, letra por letra, página por página, da melhor maneira possível. Ou podemos simplesmente não ligar, e deixar que a escrevam por nós. A maior recompensa dessa narrativa de final desconhecido é justamente essa: saber que cada palavra escrita foi bem escrita, porque ela pode ser também a última.