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Às vezes me pergunto se é mesmo assimSe era somente isso Se havia mais perguntas a serem feitasMais certezas perdidasSe era o que a vida queriade mim.Se voltasse rápido, ou talvez fugissebem depressaSe ficasse quieta.Talvez sim.Se ficasse muda. Estática. E a deixasse passar por mim.É, talvez sim.Mas grito alto. Falo o que calo. Tropeço na saída.Brado, não finjo. E ela corre, ligeirade mim.
Ah, que saudade do cheiro de terra
Do gosto de mar
Da árvore gorda
Do escorrega, da bicicleta
Da minha infância, com você,
Em Paquetá.
Do bolinho de arroz, da batata-frita, do pastel.
de ser somente criança
E mais nada importar.
Até mesmo do vidro-siri que me cortou o pé!
Do cheiro de dama da noite
Do passo ligeiro da charrete
do gosto de brisa no ar
E as horas lentas, ao teu lado
Que teimavam em se apressar!
Não iria mais catar contas na areia
pra delas fazer colar
Nem tomar sorvete no seu Valdeci,
nem o cemitério dos pássaros visitar.
Já era hora de voltar...
Agora a mim só restava
de novo ansiar
pelo apito da velha barca
que me levaria de novo a você
Mas a lembrança que ficava
era de que ali
sempre me esperava
um segundo lar.