tag:blogger.com,1999:blog-37893550.post116569488714005437..comments2023-05-13T11:42:06.133-03:00Comments on Por toda minha vida: Contrariando o post anterior...tatihttp://www.blogger.com/profile/06966342690322798686noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-37893550.post-1165855743994571432006-12-11T14:49:00.000-02:002006-12-11T14:49:00.000-02:00teacher tati..como sois uma árdua fã de mpb, publi...teacher tati..como sois uma árdua fã de mpb, publico aqui uma obra de um mestre deste estilo, você deve conhecer bem a origem, não darei pistas, pois a letra é evidente, bjks amiga.<BR/><BR/>"Minha alma canta<BR/>Vejo o Rio de Janeiro<BR/>Estou morrendo de saudades<BR/>Rio, seu mar<BR/>Praia sem fim<BR/>Rio, você foi feito prá mim<BR/>Cristo Redentor<BR/>Braços abertos sobre a Guanabara<BR/>Este samba é só porque<BR/>Rio, eu gosto de você<BR/>A morena vai sambar<BR/>Seu corpo todo balançar<BR/>Rio de sol, de céu, de mar<BR/>Dentro de um minuto estaremos no Galeão<BR/><BR/>Este samba é só porque<BR/>Rio, eu gosto de você<BR/>A morena vai sambar<BR/>Seu corpo todo balançar<BR/>Aperte o cinto, vamos chegar<BR/>Água brilhando, olha a pista chegando<BR/>E vamos nós<BR/>Aterrar..."Fil Portohttps://www.blogger.com/profile/06465542117942567012noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-37893550.post-1165839631200889002006-12-11T10:20:00.000-02:002006-12-11T10:20:00.000-02:00Augusto dos AnjosMONÓLOGO DE UMA SOMBRA "Sou um...Augusto dos Anjos<BR/><BR/>MONÓLOGO DE UMA SOMBRA<BR/><BR/> "Sou uma Sombra! Venho de outras eras,<BR/> Do cosmopolitismo das moneras...<BR/> Pólipo de recônditas reentrâncias,<BR/> Larva de caos telúrico, procedo<BR/> Da escuridão do cósmico segredo,<BR/> Da substância de todas as substâncias!<BR/><BR/> A simbiose das coisas me equilibra.<BR/> Em minha ignota mônada, ampla, vibra<BR/> A alma dos movimentos rotatórios...<BR/> E é de mim que decorrem, simultâneas,<BR/> A sáude das forças subterrâneas<BR/> E a morbidez dos seres ilusórios!<BR/><BR/> Pairando acima dos mundanos tetos,<BR/> Não conheço o acidente da Senectus<BR/> - Esta universitária sanguessuga<BR/> Que produz, sem dispêndio algum de vírus,<BR/> O amarelecimento do papirus<BR/> E a miséria anatômica da ruga!<BR/><BR/> Na existência social, possuo uma arma<BR/> - O metafisicismo de Abidarma -<BR/> E trago, sem bramánicas tesouras,<BR/> Como um dorso de azémola passiva,<BR/> A solidariedade subjetiva<BR/> De todas as espécies sofredoras.<BR/><BR/> Como um pouco de saliva quotidiana<BR/> Mostro meu nojo á Natureza Humana.<BR/> A podridão me serve de Evangelho...<BR/> Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques<BR/> E o animal inferior que urra nos bosques<BR/> E com certeza meu irmão mais velho!<BR/><BR/> Tal qual quem para o próprio túmulo olha,<BR/> Amarguradamente se me antolha,<BR/> À luz do americano plenilúnio,<BR/> Na alma crepuscular de minha raça<BR/> Como urna vocação para a Desgraça<BR/> E um tropismo ancestral para o Infurtúnio.<BR/><BR/> Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias,<BR/> Trazendo no deserto das idéias<BR/> O desespero endêmico do inferno,<BR/> Com a cara hirta, tatuada de fuligens<BR/> Esse mineiro doido das origens,<BR/> Que se chama o Filósofo Moderno!<BR/><BR/> Quis compreender, quebrando estéreis normas,<BR/> A vida fenomênica das Formas,<BR/> Que, iguais a fogos passageiros, luzem...<BR/> E apenas encontrou na idéia gasta,<BR/> O horror dessa mecânica nefasta,<BR/> A que todas as coisas se reduzem!<BR/><BR/> E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,<BR/> Sobre a esteira sarcófaga das pestes<BR/> A mostrar, já nos últimos momentos,<BR/> Como quem se submete a uma charqueada,<BR/> Ao clarão tropical da luz danada,<BR/> O espólio dos seus dedos peçonhentos.<BR/><BR/> Tal a finalidade dos estames!<BR/> Mas ele viverá, rotos os liames<BR/> Dessa estranguladora lei que aperta<BR/> Todos os agregados perecíveis,<BR/> Nas eterizações indefiníveis<BR/> Da energia intra-atômica liberta!<BR/><BR/> Será calor, causa ubíqua de gozo,<BR/> Raio X, magnetismo misterioso,<BR/> Quimiotaxia, ondulação aérea,<BR/> Fonte de repulsões e de prazeres,<BR/> Sonoridade potencial dos seres,<BR/> Estrangulada dentro da matéria!<BR/><BR/> E o que ele foi: clavículas, abdômen,<BR/> O coração, a boca, em síntese, o Homem,<BR/> - Engrenagem de vísceras vulgares -<BR/> Os dedos carregados de peçonha,<BR/> Tudo coube na lógica medonha<BR/> Dos apodrecimentos musculares!<BR/><BR/> A desarrumação dos intestinos<BR/> Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos<BR/> Dentro daquela massa que o húmus come,<BR/> Numa glutoneria hedionda, brincam,<BR/> Como as cadelas que as dentuças trincam<BR/> No espasmo fisiológico da fome.<BR/><BR/> E unia trágica festa emocionante!<BR/> A bacteriologia inventariante<BR/> Toma conta do corpo que apodrece...<BR/> E até os membros da família engulham,<BR/> Vendo as larvas malignas que se embrulham<BR/> No cadáver malsão, fazendo um s.<BR/><BR/> E foi então para isto que esse doudo<BR/> Estragou o vibrátil plasma todo,<BR/> À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...<BR/> Num suicídio graduado, consumir-se,<BR/> E após tantas vigílias, reduzir-se<BR/> À herança miserável de micróbios!<BR/><BR/> Estoutro agora é o sátiro peralta<BR/> Que o sensualismo sodomista exalta,<BR/> Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...<BR/> Como que, em suas células vilíssimas,<BR/> Há estratificações requintadíssimas<BR/> De uma animalidade sem castigo.<BR/><BR/> Brancas bacantes bêbedas o beijam.<BR/> Suas artérias hírcicas latejam,<BR/> Sentindo o odor das carnações abstêmias,<BR/> E á noite, vai gozar, ébrio de vício,<BR/> No sombrio bazar do meretrício,<BR/> O cuspo afrodisíaco das fêmeas.<BR/><BR/> No horror de sua anômala nevrose,<BR/> Toda a sensualidade da simbiose,<BR/> Uivando, á noite, em lúbricos arroubos,<BR/> Como no babilônico sansara,<BR/> Lembra a fome incoercível que escancara<BR/> A mucosa carnívora dos lobos.<BR/><BR/> Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.<BR/> Negra paixão congênita, bastarda,<BR/> Do seu zooplasma ofídico resulta...<BR/> E explode, igual á luz que o ar acomete,<BR/> Com a veemência mavórtica do aríete<BR/> E os arremessos de uma catapulta.<BR/><BR/> Mas muitas vezes, quando a noite avança,<BR/> Hirto, observa através a tênue trança<BR/> Dos filamentos fluídicos de um halo<BR/> A destra descamada de um duende,<BR/> Que tateando nas tênebras, se estende<BR/> Dentro da noite má, para agarrá-lo!<BR/><BR/> Cresce-lhe a intracefálica tortura,<BR/> E de su'alma na cavema escura,<BR/> Fazendo ultra-epiléticos esforços,<BR/> Acorda, com os candieiros apagados,<BR/> Numa coreografia de danados,<BR/> A família alarmada dos remorsos.<BR/><BR/> É o despertar de um povo subterrâneo!<BR/> E a fauna cavernícola do crânio<BR/> - Macbetbs da patológica vigília,<BR/> Mostrando, em rembrandtescas telas várias,<BR/> As incestuosidades sangüinárias<BR/> Que ele tem praticado na família.<BR/><BR/> As alucinações tácteis pululam.<BR/> Sente que megatérios o estrangulam...<BR/> A asa negra das moscas o horroriza;<BR/> E autopsiando a amaríssima existência<BR/> Encontra um cancro assíduo na consciência<BR/> E três manchas de sangue na camisa!<BR/><BR/> Míngua-se o combustível da lanterna<BR/> E a consciência do sátiro se inferna,<BR/> Reconhecendo, bêbedo de sono,<BR/> Na própria ânsia dionísica do gozo,<BR/> Essa necessidade de horroroso,<BR/> Que é talvez propriedade do carbono!<BR/><BR/> Ah! Dentro de toda a alma existe a prova<BR/> De que a dor como um dartro se renova,<BR/> Quando o prazer barbaramente a ataca...<BR/> Assim também, observa a ciência crua,<BR/> Dentro da elipse ignívoma da lua<BR/> A realidade de urna esfera opaca.<BR/><BR/> Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,<BR/> Abranda as rochas rígidas, torna água<BR/> Todo o fogo telúrico profundo<BR/> E reduz, sem que, entanto, a desintegre,<BR/> À condição de uma planície alegre,<BR/> A aspereza orográfica do mundo!<BR/><BR/> Provo desta maneira ao mundo odiento<BR/> Pelas grandes razões do sentimento,<BR/> Sem os métodos da abstrusa ciência fria<BR/> E os trovões gritadores da dialética,<BR/> Que a mais alta expressão da dor estética<BR/> Consiste essencialmente na alegria.<BR/><BR/> Continua o martírio das criaturas:<BR/> - O homicídio nas vielas mais escuras,<BR/> - O ferido que a hostil gleba atra escarva,<BR/> - O último solilóquio dos suicidas -<BR/> E eu sinto a dor de todas essas vidas<BR/> Em minha vida anônima de larva!"<BR/><BR/> Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos,<BR/> Da luz da lua aos pálidos venábulos,<BR/> Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,<BR/> Julgava ouvir monótonas corujas,<BR/> Executando, entre caveiras sujas,<BR/> A orquestra arrepiadora do sarcasmo!<BR/><BR/> Era a elegia panteísta do Universo,<BR/> Na podridão do sangue humano imerso,<BR/> Prostituído talvez, em suas bases...<BR/> Era a canção da Natureza exausta,<BR/> Chorando e rindo na ironia infausta<BR/> Da incoerência infernal daquelas frases.<BR/><BR/> E o turbilhão de tais fonemas acres<BR/> Trovejando grandiloquos massacres,<BR/> Há-de ferir-me as auditivas portas,<BR/> Até que minha efêmera cabeça<BR/> Reverta á quietação da treva espessa<BR/> E à palidez das fotosferas mortas!"Fil Portohttps://www.blogger.com/profile/06465542117942567012noreply@blogger.com